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Ode à Vila Cruzeiro

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ODE À VILA CRUZEIRO Meus gritos despertam as noites, ferem os tímpanos das madrugadas, atravessam ruas e cidades, violentam fronteiras, misturam-se aos berros de dor, aos sussurros e gemidos de amor, ao silêncio que acompanha a lágrima que corre na face da vida, antes de se perder no nada. Meu grito é mais que um grito! É lamento de cada esperança morta, mas também vagido. Se incomodar, pouco importa! Vai além das janelas, não respeita portas trancadas pelo cinismo, pelo egoísmo, pela apatia geral. Meu grito é irreprimível. Sai de mim mas pertence aos bêbados caídos em cada beco, às putas e decaídas, aos meninos que moram na esquina, às vítimas de cada chacina, à legião excluída do banquete da vida. Meu grito é a rajada mortal, é o som da bala perdida, o olhar de incredulidade, da dor surda, dor aguda, da mãe que perde a vida, por ela criada, por ela p...