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Mostrando postagens de janeiro, 2007

Impossibilidades

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Impossibilidades por Paulo da Vida Athos* Impossível descrever o amor. Mas se eu tentasse, diria que nele há um pouco de ti em tudo. De tuas digas, de teus carinhos, do cheiro de tua pele, do perfume te teus ais, desses encantamentos todos que com graça e liberdade, pude até agora viver. Porque o amor é como a liberdade: impossível de se ver, intocável em sua essência, perceptível apenas nos sentidos. Não tenho como descrever o amor ou a liberdade. Posso vivê-los, no nós. Mas não sei como vivê-los, sem nós. *Paulo R. de A. David Visite e comente nossos Blogs

Rito de Amor

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  Rito de Amor Minhas palavras possuem um conteúdo quente de saudade. E a melodia desmaia no escondimento, nesse recôndito de minhas fábulas poéticas, nesse silêncio de deus, onde te encontro cálida à minha espera. E, te recebo emocionado, revivendo as emoções de estar em ti mil vezes por segundo, e te aproximo de minhas folhas amareladas em busca de inspiração para sobreviver ao colóquio inerente da alma. Fico contigo, me perdendo dentro delas, sentindo seus braços numa pressão carinhosa, chegando ao coração num rito estranho de amor... Minha vida é uma saudade diária, surdinando no tempo os passos que nunca demos juntos, na realidade que assiste nosso amor ser propagado ao infinito, no entendimento com Deus. Fico contentando-me com o limitado, quando minhas mãos parecem ser conduzidas por ti, marulhando dentro do peito, que bate convulsivamente nas paredes apertadas em nosso mundo e, na m

Noturno

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Noturno por Paulo da Vida Athos Gosto da noite que se aproxima, de seu silêncio adivinhado, de seus mistérios e fantasias e do perfume suave que a brisa forasteira e fugidia, rouba da flor ou da mulher que passa. Gosto do que na noite existe. Das estrelas, das luzes das favelas, dos casais ocultos nas sombras mais pesadas, dos murmúrios ininteligíveis e até do bêbedo mal educado, desbocado, que as vezes vejo passar. Gosto de nuvens esbranquiçadas de luar, de mar anoitecido marulhando nas pedras, dos ruídos indecifráveis das folhas secas, soltas ao vento, empurradas pelas calçadas, pelas ruas, cancionando solidão sem só e sem tristeza. Gosto da noite envolvida em lua, quando acendo um cigarro, trago e expulso a fumaça que se tinge em névoa branca, antes de se

Oração de um pescador

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Oração de um pescador... por Paulo da Vida Athos Que não se desliguem de mim, os sonhos. Nem a liberdade. Que não se desfaça em mim a vontade, De seguir em frente, de findar viagem, Que mais que finda é início, De novo sonho, De infindas vias, de estradas mil. Onde a realidade se mistura com a miragem... Que não me deixem órfãos, os ideais. De liberdade. Que não se esmaeça em mim a saudade, De abraçar o ontem, de me fazer aragem, Que mais que brisa é vento, De novo barco, De novas velas, de mares meus De mergulhos mil, de descobertas infindas, Onde as águas se misturem com a viagem. Que não se despeça de mim, o mar. Nem o amar. Nem o amor à liberdade. Pois se isso acontecer, Não mais serei o mar, A brisa., O sonho, Ou a Liberdade... Serei espuma do nada. E em nada me tornarei... * Oração feita em homenagem e para proteção de um pescador, navegante, guerreiro, sobrevivente, desses que nav

Cartas do |Inferno (I)

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Cartas do inferno I Mamãe Alba. Quando a noite chegou trazia um vento frio e cortante. Por volta das dezenove horas já a noite se fechava, apresentando um céu despido de estrelas. No ar, uma umidade sentida em cada plano tocável embalsamava o material e imaterial de cada homem e de cada sentimento. Noite enunciável... Existem sensações premonitórias e inexplicáveis, que têm a qualidade de preparar o ser humano para fatos e circunstâncias inesperados e, normalmente, insuportáveis. Houve premonição coletiva, que outra forma definirei?, a partir das dezenove horas até às vinte e uma horas, quando a tensão chegou ao auge e se corporificou, bizarra e inumanamente, numa explosão de ódios, medos e fúria, numa canção de sangue. Agora os ponteiros do relógio que carrego acusam que quarenta e oito minutos se escoaram, desde as vinte e uma horas, e, no silêncio anormal que envolve o prédio (um mundo à parte do mundo), procuro pensar que o amor

Ouça-me...

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Ouça-me... por Paulo da Vida Aths Tem gente que vive saindo na porrada com o presente, com a alma prenha de insatisfação e uma esperança cabeçuda de ser feliz no ontem. Coisa de bicho homem que prefere dar uma de cachorro abandonado, olhar perdido no passado, enquanto o tempo sacana como ele só vai desfilando na Sapucaí. “- Foi um rio que passou e minha vida...” Aí, mané, não tem jeito mesmo. O rio passa e sua alma canina tem mais é que ficar uivando, na bronca, pelo tempo que você deixou passar, babacamente, numa esquina qualquer da vida, pensando em mil coisas que deixou de fazer, em mil digas que deixou de dizer, em algumas bocas que deixou de beijar, só por que a porra do amor que vive em você é tão besta quanto quem o abriga e te sacaneou legal, te deixando plantado, sedado, enquanto o tempo passava sem parar sua evolução como minha Portela querida. Tem mais que ca

Menos razão em 2007

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Menos razão em 2007... por Paulo da Vida Athos. Deixo 2006 sem saudade, sem olhar para traz. Tendo diante de mim e meus sonhos o ano chegante e o futuro, lanço a ambos um olhar de esperança e de súplica. Claro que o número de nascimentos superou o número de óbitos não só no Brasil. No mundo inteiro o mesmo aconteceu, a despeito da violência e das guerras. É a natureza em autopreservação, é a raça humana no colo da Vida. Curioso imaginar que a única forma de vida capaz de aplicar a razão seja justamente aquela que desestabiliza a Terra colocando em risco sua existência, a do planeta e da vida nele agregada. É realmente estranho constatar que o homem é a única forma de vida animal capaz de matar sem ser por fome ou para se defender. Mata por ambição, por ódio, por amor, por indiferença. Mata até por matar. É intrigante essa capacidade mórbida de desamor pela vida, seja a sua ou a do outro. É f