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Mostrando postagens de dezembro, 2016

2016, Ano Macunaíma

Ano macunaíma Ouvi gente maldizer as horas do tempo desse ano que se despede deixando marcas nas praças e nas gentes, como fosse ele amaldiçoado, um pária, despojado até do direito de ter passado, de ser lembrado.   Ano macunaíma, sonso e cretino assim, nem deveria ter existido, ouvi numa esquina, duas mulheres vestindo camisetas verde-amarelas. Realmente 2016 foi um ano ladeira abaixo para a maioria: os pobres, os banidos, os excluídos, as minorias que fazem parte dessa maioria de despossuídos de direitos que formam a grande base da pirâmide: a massa. A bandeira da luta de séculos em busca de alguma justiça e igualdade social não resistiu desfraldada muito tempo; pouco mais de uma década e, durante ela, não passou uma semana inteira sem que sofresse atentados. Uma, duas vezes, três vezes!  Mas quatro vezes era insuportável.  Que negócio é esse de sairem da senzala? do jugo?  Que papo é esse de  invadirem meu shopping?  Minha praia vá lá, água e areia tem me

Reaja, ainda que sozinha

Reaja, ainda que sozinha.

Viver é se aventurar

Juliana​, minha querida.  Espero te encontrar feliz hoje; espero te encontrar feliz sempre, todas as vezes, em todos os dias de tua vida.   Dizem por aí que isso não é possível, com certa razão.  A felicidade permanente seria um tédio e faria da vida um saco, uma coisa sem sentido, né? Tipo desmotivante.  Imagina só milhões de copas d'água, uma cachoeira de águas geladas na nossa frente, e a gente sem a menor sede, sem qualquer vontade de beber coisa alguma.  Aff!  Não dá.  Por outro lado, imagine uma vida em que todos os nossos desejos, inclusive aqueles mais íntimos, se realizassem imediatamente...  Assim, de repente, parece uma coisa maravilhosa.  Mas com o tempo, um vazio imenso, um tédio massacrante  viriam nos abalar.  A certeza da realização imediata de todos os nossos anseios mataria a expectativa e ela é fundamental para a felicidade.  Sabe aquela espera de que algo aconteça, aquela pessoa apareça, ou a chuva caia?  Pois é, não existiria.  As manhãs perderiam o encanto, a