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Mostrando postagens de novembro, 2009

Carta a Nicolino Cupello

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Lino, hoje é dia de manhã nublada. Amanheceu assim o céu do Rio de Janeiro. Durante a noite choveu, espantando os dias azuis de calor que já estavam aborrecendo o verde e as flores. Hoje não poderia ser diferente. É a primeira vez que, para espanto da Vida, você não está. Nem os pardais que invadem minha cozinha e enchem o ar com sua alegria, tiveram vontade de fazer algazarra. Há um ar de desencanto e de saudade em toda parte, eu sinto. Há qualquer coisa pungente que mexe com a gente, que desarmoniza as horas, que desenha uma lágrima em nós. Sei que é justamente isso que você não gostaria. Mas fica difícil, meu irmão. Difícil imaginar um mundo despido de sua alegria , de seu amor, de sua voz. Você chegou a minha vida da mesma forma que na da maioria das pessoas que conheceu: pelos braços da Música. Ela veio junta e, como a Vida também me ama, mandou que você me trouxesse um grande amor. Meu grande amor. Lembro bem a data,