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Preciso de um velho ano-novo

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Preciso de um velho ano-novo Preciso de um novo ano que devolva a Vida que ficou numa esquina qualquer do tempo, perdida, a buscar ecos de sonhos e inocência, e de crianças nas ruas despojadas do medo de brincar de ciranda, de ficar sozinha, de alcançar o céu das amarelinhas, de pular corda, de rodar pião, de se apossar das calçadas, de pelada nas ruas, de jogar botão, de namorar a lua. Preciso de um novo ano velho que resgate o entusiasmo de despertar com sorriso no rosto, de me emocionar com barquinhos de papel, com as chuvas de verão, com bolas de gude, de pés no chão, em que seja proibido não se deixar levar pelo encanto do canto dos pardais, de se emocionar com o amor, de se render à paixão. Preciso de um velho-ano novo despido de preconceitos, onde se tente impor amor, não opinião, prevaleça o ser sobre o ter, a liberdade de credo, a disposição do corpo, a deposição do gênero, a ternura eterna. Amém! Um ano novo em que ...

Castigo

Castigo Ocupas minha memória em retalhos que vou recolhendo enquanto costuro uma história eterna e inacabada, que tem alicerce no nada, para desembocar em sonhos que levam a lugar nenhum. Te dei todo amor que eu tinha. Tu, não tinhas nada. Teu castigo não é ser vazia! É o nunca ter sentido amor algum... Rio, 1 de Janeiro de 2017. (Primeira visita do ano)

2016, Ano Macunaíma

Ano macunaíma Ouvi gente maldizer as horas do tempo desse ano que se despede deixando marcas nas praças e nas gentes, como fosse ele amaldiçoado, um pária, despojado até do direito de ter passado, de ser lembrado.   Ano macunaíma, sonso e cretino assim, nem deveria ter existido, ouvi numa esquina, duas mulheres vestindo camisetas verde-amarelas. Realmente 2016 foi um ano ladeira abaixo para a maioria: os pobres, os banidos, os excluídos, as minorias que fazem parte dessa maioria de despossuídos de direitos que formam a grande base da pirâmide: a massa. A bandeira da luta de séculos em busca de alguma justiça e igualdade social não resistiu desfraldada muito tempo; pouco mais de uma década e, durante ela, não passou uma semana inteira sem que sofresse atentados. Uma, duas vezes, três vezes!  Mas quatro vezes era insuportável.  Que negócio é esse de sairem da senzala? do jugo?  Que papo é esse de  invadirem meu shopping?  Minha pra...