Acróstico

Acróstico
por Odemar Leotti*
Pausas, passagens, paradas,
pensares, pulsares mais e menos fortes,
Atalhos redemoinhos espirais,
ponto incógnito, pontos incapturáveis
Uivos, urros, uma voz fala
consigo mesmo e não mais se lê como antes
Leituras múltiplas que fogem
de nosso controle levada pelo corpo
Ocultações a si mesmo. Fugas e
perdições e o fervilhar embaralhado
Atonicidades sempre existiram
e não espantam mais os viajantes
Todas as estradas pertencem
somente a quem sempre viaja
Honrar a vida é fabricá-la em
várias viagens para fora dela
Ornamentá-la quando prazerosa,
cheirosa e gostosa.
Suspendê-la quando viçosa e
sem o brilho de um amanhecer.
*Mestre em História Social pela Unicamp
em 1998, lotado no Departamento de História da Universidade de Mato Grosso,
escreve para o jornal O REBATE, a quem agradeço a imerecida homenagem.
Imagem:
La Mancha
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