Prece do adornecer em paz






por Paulo da Vida Athos


Preciso agora de um pouco de paz, de só.
Um pouco de sol, sem sal, de só e solidão.

Não aquela solidão indesejada,
mas a solidão do poeta e do sonhador,
para embalar a alma e o corpo cansados.

Não é um cansaço de quem se larga ao léu,
como navio que perdeu o rumo e o norte,
como barco a deriva.

Não!

É descanso de quem se ama
e que, porque se ama, gosta também do só,
do só estar,
assim nesse só sem saudade,
vazio de dor,
completo de amor,
vivido com sonhos
e realidades que cirandam ao seu redor,
como a brisa faz com o jardim...

Daqui a pouco, vou dormir.
É...
Resolvi dormir mais cedo.
As horas me dizem
que em minutos breves
um novo dia se inaugurará na terra.

Estarei dormindo, creio.
Por isso me despeço agora,
Do tempo e do vento.
Mas sem quedar,
Sem deslembrar
Que as horas vividas e vívidas de amor,
hoje, são tesouros do amanhã.

E que elas urdirão
nossos mais belos sonhos.
Nossas recordações!

Amemos o dia que vai nascer.
Ah!, e os outros irmãos dele
que virão depois: também!

Amem.

Amém.


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