Insônia
Insônia... Ouço passos retinindo, no amplo salão das lembranças, caminheiro sem destino, não se se é velho ou menino, não sei se de dor ou tristeza, de incerteza ou de esperança. Ouço passos ressoando, correndo, lá na memória, refazendo uma história, vivida ao longo de anos, sei lá, talvez desenganos, quem sabe tristes surpresas, e eu, rolando na cama feito cinzas sobre a mesa. Ouço passos indo e vindo, sem nunca ir ou chegar, que chegam sempre partindo, que partem sempre chegando, e eu, rolando não durmo, e no cansaço consumo, o pranto do despertar. (Paulo da Vida Athos - 1975) I. Grande, 1975